sábado, julho 21, 2007

Nunca comi jaca.
Na verdade, nunca tive curiosidade o suficiente de comer jaca. Aquele aspecto de Kiwi pré-histórico não deve dar gana em ninguém de comê-la.
Nunca vi uma jaca aberta, nem sei dizer com o que ela se assemelha_ ninguém que conheço tem jaca como uma fruta favorita, ou mesmo compra-a.

O que sei dizer é que ela é convidativa a um pé. Uma fruta grande, vistosa... possivelmente viscosa, convida a por um pé nela. E de pé na jaca eu entendo.

O único infortúnio é quando se vê a bendita fruta, ali, exposta, e se sabe que não é possível fugir dela. O caminho mais certo, então, é colocar o pé, logo, e se livrar do "sacrifício". Mesmo sabendo que não devemos desperdiçar as frutas, que tem gente passando fome pelo mundo, conforme nos aproximamos sabendo que devemos colocar o pé na jaca, acabamos por apreciar, muitas vezes, tal feito. E o gostar de colocar o pé na jaca (seria certo afirmar isso?), então, vira uma ânsia incontrolável nesse momento.

É fácil visualizar isso... imagine uma alameda, árvores lindas, uma calçada limpa, linda e impecável, com uma jaca ao centro, cerca de 70 metros daonde você está. E siga andando. A jaca se aproximará de você também!

Cria-se uma certa expectativa pelo pé na jaca conforme ela vem chegando. E aquele sentimento interno dizendo "agora não tem volta. Antecipei o pé na jaca, e quero-o! AGORA!!!". Borboletas na barriga, nó na garganta... Chega-se na jaca.

Pronto! Ela está ali! É só meter o pé... Tá na hora!!!!

E ela sai rolando... alameda abaixo... entra numa ruela, é atropelada por um fusca, e ficamos sem imaginar que cara fazer.

"... Mas eu nem queria meter o pé na jaca! Por que ela foge de mim quando aceito-o de tão bom grado??? "

sábado, julho 07, 2007

Uma vez, uma menina não aceitava que estava errada. Ela insistia que todos ao seu redor estavam errados, mas ela, nunca.

Certa vez, ela adentrou uma sala para ver se arranjava alguns erros alheios para criticar. Não encontrando, mexeu em tudo, e ao acender a luz, deparou-se com pegadas de sujeira no chão. As pegadas eram dela mesma, mas ela nunca assumiu. E nunca limpou.

Outro dia, ela tentava se convencer de que era prestativa, e foi fazer alguns trabalhos necessários ao meio. Na verdade, eram tarefas de obrigatoriedade semanal dela fazer isso, mas ela se sentia acima da lei e acima de qualquer dever; então, suas obrigações passaram a ser um bem pela humanidade.
Por sua vez, um lindo pássaro pousou na janela. Ela foi, direto, reclamar, pois aqueles passinhos do pássaro arruinavam seu tão árduo trabalho.
Então as pessoas que foram conferir tal infortúnio, e depararam-se com pegadas embarradas da menina como a única sujeira alheia ali.

Não existe como pensar outra coisa:

Essa menina precisa aprender a lavar seus sapatos.